Hoje abri aquele livro. Você sempre me presenteou com palavras. Palavras cheias de significado que nem sempre fui capaz de entender. Guardei o papel perfumado dentro dele, mas o perfume se acabou, isso me caiu como um sinal. Hoje não sei mais conversar contigo, mas te vejo feliz sem minha presença. Isso me basta para sê-lo. Abri um baú em que guardo recordações. Suas palavras, agora libertas, voam de volta para você. Letra por letra se juntam em minha escrivaninha formando novas combinações, alterando a ordem das coisas. Mesmo assim algumas que se entregaram de alma para mim ficaram ali paradas, observando-me lê-las e decifrá-las. Ajudam-me a descobrir o grande valor de expressões como "pequenas coisas" e "pequenos gestos". Conheci palavras grandes como respeito, fraternidade, benignidade. Mas a paciência tem ficado nervosa comigo, porque ainda não a compreendi. Verbos como deixar, partir, amar e outros se ressignificam a cada instante. Redescubro valores, a sinceri...