O dia clareou. O frio deu lugar ao calor da tarde. E eu, num ônibus, vindo para casa, apreciando, como faço poucas vezes, a paisagem típica de campo. O Sol ilumina meu rosto, minha boca e os olhos sob os óculos, que veêm minhas mãos refletidas no vidro. Mãos que desejam tocar teus lábios e percorrer teu corpo. Boca que deseja beijar-te. Quando já descia a rua, caminhando em direção à minha casa, o Sol iluminou-me mais uma vez. Distraída e com o fone de ouvido, assustei-me com minha própria sombra. Pensei que, por um momento, meus pensamentos haviam materializado você ao meu lado, mesmo que eu estivesse ciente da distância.