Vou falar. Estou atormentada. À noite deixo a luz acesa. O coração dispara, preciso escrever. Mas não é só paixão ou amor, é medo também. Vou descendo a escada da madrugada, vou ao fundo do poço. Escondo-me na solidão dos versos frios, da cama vazia, fria, lençol revirado. Viro de um lado para o outro, levanto-me, entorno um copo d'água goela abaixo. Rodo pela casa, ando como que perdida no escuro, não tropeço em nada, não olho o espelho. Não choro, não consigo, não posso, não devo, quero, não consigo parar com tudo isso, não paro. Só penso e ajo, não aguento mais, só consigo pensar no quão errado é querer sempre mais, não sou assim. Ou sou? Todos já foram dormir, estou só, mais uma vez com meus malditos pensamentos irritantes. Peço a eles que me deixem, que levem a culpa do meu agir inconsequente muito bem pensado. Chove lá fora, ouço o som do teclado agora, peço-te Desejo, vá-te daqui, agora! Respiro fundo, falta um pouco de ar, estou cansada, penso em você. Arre...