No original: A Clockwork Orange. Filme britânico de 1971, dirigido por Stanley Kubrick.
Laranja Mecânica é a experiência do choque "videada", a "ultraviolência" explicitamente subjetiva criada e formada em nossas próprias mentes. Fruição a todo momento. Cenas fortes, cores fortes, linguagem forte, aversão.
Acho que não serei mais a mesma após esse filme que me provocou reações de inquietude, desconforto, indignação, curiosidade, análise... Claro que dizer que gostei do filme é demais, porque "gostar" pressupõe prazer e nele não há. É preciso esforço para ultrapassar a primeira hora do filme por causa de agressões e até estupro.
A relação futurista dos móveis, da cor, das roupas, dos objetos, até mesmo da linguagem da gangue, tudo chama bastante atenção. As atitudes das personagens também causam estranhamento: total desapego dos pais; a inteligência, o discurso, os gostos e o comportamento de Alex, como líder, manipulador, "vilão" (se é que podemos chamá-lo assim) - com o qual o público tem empatia, pois ele seria talvez fruto de um meio.
Não há, além disso, como negar a crítica ao Governo, à Ciência e seus limites (ou a falta deles), à mídia, ao próprio povo, que é facilmente coagido e manipulado por aquilo que querem que vejamos, entre tantos outros conceitos...
Laranja Mecânica, um filme que jamais esquecerei.
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