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LILO - 12.03.14

             E quando eu era pequena, pensava que, se eu maltratasse um bichinho, por menor que ele fosse, quando eu morresse, passaria pelo céu da formiguinha que eu pisei, por exemplo, e ela pisaria em mim.
             Bem, Lilo, se eu morresse hoje e passasse pelo SEU céu, você faria carinho na minha barriguinha enquanto eu sentisse dor, passaria horas do meu lado me observando e cuidando de mim, mesmo se eu tivesse minhas crises de falta de ar (como tenho desde pequena e como vc teve de madrugada), você brincaria comigo, falaria com aquela voz mais fina que eu fazia pra falar com você, correria comigo pelos jardins do céu dos cachorros... Sei que agora você não está mais sofrendo e isso me conforta, mas é duro te perder quando eu nem pude ser sua dona de verdade, quando eu nem pus sua ração na sua tigelinha na minha futura casa, quando eu nem poderei te ver crescer. Minha filhote linda que pisava na "minha pata", que mordia o meu dedo, que pulava super alto pra alguém do seu tamanho, que me sujava e eu não estava nem aí, que ficava toda aberta quando eu te pegava no colo. Você veio a este mundo pra ser amada desde o momento em que você me viu e eu te vi igual a uma bolinha, com aquele pelinho pretiiiiinho, até o fim e por todos que a conheceram.  Hoje foi muito triste não te ver, pela frestinha da madeira do portão, correndo em nossa direção quando a moto chegou. E você não correria, porque você estava em minhas mãos. Aliás, eu fui a última a te ver, depois do meu pai ter passado a noite toda fazendo carinho na sua barriguinha pra diminuir a sua dor. Ai, minha filhotinha linda e estabanada, quase 3 meses serviram pra eu te amar e muito. Ao menos, você não sente mais dor. Minha bebê descansou.

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