Tudo soa, até o cheiro, em mim.
Contar-vos-ei como me sinto enfim:
mais é, que o vosso abraço apertado,
no papel, sim, um texto rascunhado.
A escrita na folha, o digitar
dos dedos, e o piscar dos olhos secos.
Passos apressados, e o som do medo:
vento desperto na fresta a uivar.
Não quero, entretanto, que somente
leiais o que digo, mas que o sintais.
Vede então que encanto é, da mente,
Experimentar cada som
Ecoando veemente
Fechar os olhos e ver como traz calma
Sentir o som explodindo na alma.
É ver-vos, de repente, em
Tão subito e crescente tom,
Devaneando com algo
Que aos ouvidos prenda.
Se acordas, tão logo, tornareis a voar mui alto.
Mas, oh, agora, adormecei!
Entendereis os sons que, em sonho
mui desperto, a vós apresentei.
Comentários
Simplesmente perfeito o poema.