O que posso dizer daquela mulher? Ah, se você a visse, não acreditaria. Todo aquele corpo de mulher vivendo em cima de saltos finos, toda aquela maturidade, aquela inteligência... Você não suspeitaria de suas manias infantis ou de que ela guardava, por exemplo, medalhas que ganhara na 2ª série por boas notas, algumas se perderam, mas ainda tinha a sua primeira, de bronze, e uma de prata que representava todas as outras três. Ela, quando morava junto com seus pais, mesmo em dias de Ensino Médio, não permitiu que seu pai jogasse todas as suas bonecas fora. Quem diria que ela ainda gostava de brincar de boneca? Um vulcão daquele, quase entrando em erupção de tanta sexualidade, que devorava o marido na cama, que tinha sua própria casa, afazeres no trabalho e em casa; quando o marido não estava, se lhe sobrasse um tempinho, lia as agendinhas de sua adolescencia de amores não correspondidos, de choramingos e palavras escritas propositalmente erradas. E como ria! Gargalhava sozinha ao ler como escrevia detalhes dos meninos, de como as mãos de um menino da 5ª série, que ela dizia se chamar Rodrigo, tocaram as suas (provavelmente... ou talvez não...) sem querer e de como eram quentes. Ria de sua imaturidade quase aos berros e os vizinhos que passavam, pensavam-na louca, porém feliz.
Até que, naquele dia, cheguei em casa e a vi ali, no chão, cercada por diários, anotações, poesias e declarações de amor de seu período do fundamental. Li sobre como ficava totalmente travada falando com meninos. Vi sua "incrível" lista de beijos. Onze caras no total, contando com o atual marido, dos quais 6 ela repetira diversas vezes. Puxei-a, então, para os meus braços, dei-lhe um longo beijo e joguei-a na cama para tê-la mais uma vez como minha mulher. Queria aqueles beijos só pra mim e, também, aquele corpo ardendo. Era incrível como ela podia mudar: numa hora tão infantil, mas bastava-lhe uma faísca para o seu fogo interno acender.
Ah, se você a visse, não acreditaria...
Ass: Marido, cúmplice e amante.
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